![António Garcia.jpg](https://static.wixstatic.com/media/df0013_2b25dfc9172f4043a4d2d8774f865c6b~mv2.jpg/v1/fill/w_294,h_384,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/Ant%C3%B3nio%20Garcia.jpg)
Natural da ilha de Santiago, nascido na zona de Bastião, Concelho de St.Catarina, António Garcia é tecelão há vários anos. Tendo aprendido a arte de tecelagem com Sabino Teixeira, que foi seu Mestre, António Garcia começou a produzir panaria em 2007. Desde Maio de 2021 que participa na plataforma Voador.
Introduzido em Cabo Verde em meados do séc. XV pelos escravos originários da Guiné, onde a tradição de tecelagem possui uma longa história, o chamado pano de terra, é um tecido que tradicionalmente era feito de algodão em tear manual, sob a forma de uma faixa longa e estreita de cerca de 180 cm de comprimento e 17 cm de largura, com duas cores predominantes, o branco do algodão e o azul escuro, conferido pela planta Indigofera tinctoria, mais conhecida por tintinha, indigo, anil, anileira, ou erva anil. Em Cabo Verde o uso deste tecido adquiriu um importante significado simbólico, sendo utilizado sobretudo nos funerais e nas cerimonias de pedido de casamento entre outras, onde a presença dos panos era, e ainda hoje é, quase que obrigatória. A produção do pano de terra que quase desapareceu no final do século XVII, acabou por vir a ser recuperada, sobretudo a partir da independência de Cabo Verde em 1975, tendo a sua produção sido mantida presente na cultura do arquipélago. Hoje o pano de terra é por mérito próprio um dos símbolos da identidade cabo-verdiana.